quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Don Lello, apparatchick

A imagem, verdadeiro ícone de significado impreciso, foi tirada do jornal i de ontem. Imprecisa porque não se sabe ao certo o que representa. Se um padrinho pindérico de um partido desacreditado; se um patriarca sem eira nem beira de algo indefinível e que Alfredo Barroso qualifica muito bem; se um retrato de uma vaidoseira tão insuportável que atinge as raias do ridículo. De qualquer modo, um retrato impressionista de algo que fica por definir.

Alfredo Barroso, um fundador do PS, sobrinho de Mário S., comentador ocasional nos media tradicionais, publicou um texto no i de ontem, sobre um fenómeno partidário: um tal José Lello que Alfredo Barroso classifica assim:
José Lello é assim uma espécie de "reflexo pavloviano" da oligarquia partidária que dirige o PS. Quando alguém bate com demasiada estridência no portão da sua quinta, Lello reage e ataca sem pensar, atirando-se cegamente às pernas de quem julga ser um intruso, e fica radiante quando lhe rasga as calças.
Para Lello e outros apparatchiks, que, como ele, vivem à sombra do aparelho do partido, Mário Soares já é considerado um "intruso", tal como Manuel Alegre ou Manuel Maria Carrilho, para só referir mais dois exemplos de fresca data. Como qualquer apparatchik que se preze, Lello é totalmente incapaz de formular um discurso político que seja interessante e mobilizador. Além de não se lhe conhecer qualquer ideia original, recusa-se terminantemente a reflectir sobre o que quer que seja.

E continua assim:

José Lello é um case study que nos permite compreender melhor como os partidos continuam a funcionar em circuito fechado. Citando Robert Michels, um dos maiores autores clássicos especializados no estudo dos partidos políticos em democracia, José Lello faz parte "de um exército de dirigentes intermédios ou inferiores profissionalizados – os chamados bosses e wirepullers [literalmente: "os que manobram os fios", isto é, os "intriguistas") –, sem qualquer aprofundamento teórico a guiar a sua acção, mas sob as ordens de um dirigente superior com talento estratégico". 

Com discursos desta lucidez, dispensam-se quaisquer comentários. 


1 comentário:

  1. Vejamos... no PS então há a rotweiller e o Lello que pelos vistos também rasga umas calças de vez em quando... mas isto é cão que não conhece o dono. A fotografia está espectacular. -- JRF

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