sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A Esquerda reciclada e que nada esqueceu

José Manuel Fernandes, num artigo no Público de hoje, analisa a essência do Bloco de Esquerda. JMF sabe do que escreve porque passou por lá, por essa extrema-esquerda e escreve assim:

(...)"as forças políticas dominantes no Bloco (os trotskistas do PSR e os antigos maoistas da UDP) não mudaram nem se modernizaram, antes continuam fiéis a uma orientação revolucionária, de ruptura com o capitalismo. É por isso que não se incomodam com um “quanto pior, melhor” que possa, na sua imaginação vanguardista, alimentar as tensões sociais necessárias ao despertar das “massas populares” (significativamente a VI Conferência da UDP é convocada sob o lema “A vida da luta de classes”…).
É raro os dirigentes do Bloco assumirem a sua condição de revolucionários anti-sistema, mas é bom não esquecer que é isso mesmo que eles são. “Eu tenho as opiniões que tinha desde os 15 anos”, disse Louçã, em Setembro de 2009, numa entrevista ao PÚBLICO. “Sou contra o capitalismo”, acrescentou quando não quis negar continuar a ser um revolucionário."

Em 1974, os actuais esquerdistas do bloco estavam espalhados em grupelhos políticos radicais e extremamente agressivos polliticamente. Uma prova disso é o congresso  da Luar, uma organização comunista que vinha do tempo do regime de Salazar/Caetano e que congregava luminárias como Palma Inácio e Fernando Pereira Marques. Ambos aderiram ao PS...
O congresso, retratado numa Flama da época, encheu o Coliseu em Lisboa, como o mostra a foto junta.

Pereira Marques, um dos oradores desse congresso de punho no ar, chegou mesmo a dirigente nacional do PS. Entretanto   doutorou-se em Amiens, em...sociologia. Tem livros sobre fenómenos como Maio de 68 e aposto que nada esqueceu e pouco aprendeu. 

Com estes elementos reciclados na democracia laica e republicana podemos estar certos que a Esquerda nunca desaparecerá do espectro político português como a força política principal.
Daí que o discurso de Louçã, actual, suscite comentários como o de jmf1957...


1 comentário:

  1. Vamos ver se esses revolucionários apoiam o levantamento popular na Líbia.

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